RETRATOS & CANÇÕES – UMA COMÉDIA NOSTÁLGICA

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Com elenco de Zorra Total, Salve Jorge, Comédia MTV, entre outros, espetáculo busca no cancioneiro romântico brasileiro a base para seus diálogos

“Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”. Essa é uma frase que o público está acostumado a ouvir vinda da voz do rei da música romântica Roberto Carlos. Mas e se ela viesse de uma peça de teatro? Essa é a proposta do espetáculo Retratos & Canções – uma comédia nostálgica, de direção e autoria de Renato Andrade.

Com todos seus diálogos, sem exceção, retirados de canções nacionais românticas e populares dos anos 70 e 80, o espetáculo funciona como um “musical sem música” e conta com um grande elenco que vive com diversão e nostalgia a história do reencontro do caminhoneiro Tadeu (Rodrigo Sant’anna) e da secretária Carol (Flávia Garrafa).

Já tendo amado mulheres de todos os tipos, Tadeu tenta localizar Carol pelo programa de encontros do apresentador Arlindo Orlando (Paulinho Serra) — nos moldes do antigo “Namoro na TV”, de Silvio Santos —, onde o casal se reapaixona e provoca ciúmes no escriturário Marvin (Wilson de Santos) e na cabeleireira Diana (Dani Moreno), que buscam ter os amantes para si.

Um rigoroso trabalho de pesquisa em torno de todo o universo musical surgido nos últimos 30 anos de música brasileira — desde sucessos televisivos, até sambas sentimentais e ao exagero oitentista — é a base narrativa que torna esta história singela e verossímil. Com personagens caricatos e comumente deixados à margem da sociedade, o espetáculo ultrapassa a barreira de preconceitos e estereótipos e toma o público pela memória afetiva e musical.

Segundo o diretor Renato Andrade, “a peça é uma comédia nostálgica. É um espetáculo que usa essas trilhas de histórias de amor à sua maneira, de forma que cada personagem beba de um gênero musical. O Marvin é um cara mais vintage, que usa essas letras sobre amor platônico. Já a Diana é sensual, mais quente e envolvente, enquanto o Tadeu é um cafajeste apaixonado e a Carol é a romântica que tem de aprender a aceitar o amor da vida real”.

Para Rodrigo Sant’anna, seu personagem, Tadeu, é “o estereótipo do homem cafajeste, mas galanteador. Aquela figura grosseira que usa as músicas românticas como um recurso pra conquistar as mulheres, mas que no fim se mostra sensível, humanizado e fragilizado pela desilusão amorosa, que trai mas ama, e acaba se arrependendo e voltando”.

Já a apaixonada Carol, o par romântico de Tadeu, é, segundo Flávia Garrafa, “uma mulher romântica que espera um grande amor. É uma personagem ingênua por acreditar nesse amor mas que carrega algo que existe em muitas mulheres, que é esse sonho do romance ideal, da vida repleta de amor”.

Enquanto isso, para Paulinho Serra, que dá vida ao apresentador Arlindo Orlando, seu personagem é “uma junção de cada pedacinho desses muitos apresentadores de TV que marcaram uma época na vida das pessoas. Essas figuras do tipo Sílvio Santos, Mara Maravilha, Chacrinha, etc, são praticamente personagens próprios, os caras que acreditam que modificam vida das pessoas mas que no fundo sabem que estão lá em busca de audiência — e o Arlindo Orlando tem muito desse espírito ”.

Rica em detalhes, a cenografia do espetáculo preza também pelo nostálgico e romântico. “Optamos por uma cenografia quase cinematográfica em seus detalhes, com vários elementos de acervo pessoal meu e do elenco como rádios e discos antigos — e o figurino também acaba seguindo essa linguagem visual”, comenta Renato.

“A sacada interessante do Renato com esse texto é que por serem músicas que falam de amor de forma tão aberta, os versos podem ser usados de qualquer jeito”, afirma Flávia. “Vindos da boca do Tadeu podem ter um significado, da Carol, podem ter outro. E o legal é que assim a peça acaba falando de todos os tipos de amor: desde o mais ingênuo ao mais cafajeste”.

Retratos & Canções – uma comédia nostálgica, foi o primeiro espetáculo de Renato Andrade e que o consagrou como parte da nova geração de diretores e dramaturgos que despontam no Brasil. Com 35 anos e mais de dez espetáculos em seu repertório, o diretor encontra na música a base para muitas de suas experiências artísticas no teatro, como em seu espetáculo Antes que o Holofote se apague, em homenagem à canção Beatriz, de Chico Buarque e Edu Lobo.

“A peça toca muito em mim pessoalmente por ser uma homenagem aos meus pais”, conta Renato. “Por muito tempo eu neguei esse repertório musical de gosto ‘duvidoso’ que herdei dos meus pais até finalmente perceber que isso fazia parte da minha vida. Aprendi não só a aceitar como a gostar desse universo romântico. É uma experiência pessoal que transformei em teatro”.

Agora, depois de estrear em 2005 e fazer uma temporada de três anos bem sucedida em público e crítica, Retratos & Canções volta aos teatros com novo elenco e a oportunidade da nova geração ter contato com as referências musicais e seu universo romântico.

“Uma das partes legais de trazer de volta esse espetáculo é que agora podemos atualizá-lo um pouco e trazer referências mais contemporâneas, como um eventual ‘ai se eu te pego’. E é inclusive aí que o público jovem encontra uma porta de entrada pra esse universo musical. Mas de qualquer maneira é um espetáculo que fala muito sobre aquilo que é popular e o público inevitavelmente se identifica”, finaliza Renato.

Ficha Técnica

Elenco: Rodrigo Sant’anna, Dani Moreno, Flávia Garrafa, Paulinho Serra e Wilson de Santos.
Stand In: Márcio Cardoso
Texto e Direção: Renato Andrade.

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